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ENTRE ZONAS NESSA ZONA:

Atualizado: 28 de jul. de 2021




Relatando histórias sobre as quebradas do maior país da América do Sul, a BRCRIA selecionou 3 jovens artistas que vivem nas margens das periferias brasileiras e estão movimentando a cena criativa e cultural de suas cidades para a primeira edição do projeto "Entre Zonas Nessa Zona". Idealizando um conceito que explora criativos e artistas da cena periférica brasileira, o fotógrafo e diretor de arte André Borges viajou para duas cidades do Sudeste do país, Belo Horizonte e São Paulo, revelando um pouco do cotidiano desses artistas de sucesso. Veja os registros e descubra mais sobre Hugo, Dhug e Qaslu, criativos residentes dessas capitais.





Hugo Henrique (Turruko) - São Paulo/Zona Leste


Produtor de moda, Gestor de Carreira e Diretor criativo.



Qual seu nome, idade e quebrada?



Me chamo Hugo, mas meu vulgo artístico é Turruko, também me conhecem como Perigo nas ruas. Tenho 20 anos, sou residente do bairro da Penha que fica na Zona Leste de SP.




Com o que você trampa?



Atualmente eu trabalho como produtor para algumas marcas, sou diretor criativo em alguns projetos e também gerencio a carreira do Menino Jazz, que está fazendo a sua cara na cena atualmente, no sapatinho e no talento... Acompanhar todo esse processo dele como artista tem sido evolutivo para mim.





Qual a sua principal motivação no corre?



Mano, a maior motivação do meu corre diário é a minha luta em prol do meu auto reconhecimento... eu sei que tenho princípios e tenho sonhos, e só por jovem de natureza eu quero realizá-los o mais rápido possível... quero poder realizar o sonho dos meus amigos, o sonho das minha família, e pra ontem, tá ligado? Eu sei que é difícil mano, mas nenhum esforço é em vão... eu estou na luta todo dia, tá ligado? Pulando de estação em estação, fazendo entrega, fazendo vendas, me conectando com pessoas.








Maior referência na vida e na arte?

Na vida é o meu pai mano. O maluco é muito metódico, perfeccionista, e ao mesmo tempo que ele é bruto, ele é carinhoso.. tá ligado? Ele é protetor, ele tem zelo. E ao mesmo tempo que ele é simples ele também é muito complexo. Eu amo conviver com meu pai, ele me trouxe bastante informação mano, meu pai foi uma das principais pessoas que me fez abrir os olhos pra vida... Eu acho que eu não sou bobo e sou correria por causa dele. Já referência artística para mim, é o ASAP Rocky, sem dúvida. O cara é músico, letrista, o cara é modelo, business man, caralho... ele é muita coisa.

Uma meta de infância que já cumpriu?


Ter a liberdade de poder sair, conhecer pessoas, poder trabalhar com o que eu gosto... ter independência e autonomia, poder ajudar meus pais... eu acho que isso daí pra mim já é zerar o game, e daqui pra frente, é só aprendizado...


















Dhug - Belo Horizonte/Zona Leste


Estilista, Designer de moda e Fotógrafo.


Qual seu nome, idade e quebrada?



Salve, meu vulgo é Dhug, 24 anos, moro na Zona Leste de Belo Horizonte, Santa Efigênia, São Lucas, a Leste inteira é minha casa.



Com o que você trampa?



Meu corre é com moda, grafitti, fotografia. Tenho uma marca, a QUEMBH, no qual trabalho como designer e estilista. Também fotografo para marcas e artistas, e as vivências rotineiras da minha vida.









Qual a sua principal motivação no corre?



Hoje a minha maior motivação é a minha família. Minha família de nascença e a família que eu estou construindo.



Maior referência na vida e na arte?

Talvez minha maior referência de estilo seja o meu padrinho já falecido, meus tios, minha mãe, meu pai, meus amigos, tenho uns amigos bem estilosos... e eu pego viagem. A internet também me inspira bastante, seja nas redes sociais ou plataformas de expressões visuais. Uma grande referência pra mim também é a arquitetura do meu bairro, as cores do meu bairro, eu acho que a gente é fruto do meio né?!







A maior dificuldade como artista periférico?



O conhecimento, de ter esse conhecimento na mão, sabe? E só depois que eu entendi o valor dele, eu consegui ir pra frente.


O que você pretende fazer no pós-pandemia quando estiver vacinado?



Eu estou de tanto tempo de quarentena que não sei mais o que eu quero fazer quando acabar. Acho que quero sentir o alívio por completo, sabe? Do fim de tudo isso. Já faz tanto tempo, que eu perdi o costume de saber como me socializar com as pessoas de fora da minha convivência, como as comprimentar... Eu acho que quando isso tudo acabar, eu só quero me sentir menos tenso.










Qaslu - São Paulo/Zona Leste


DJ, Produtor e Agente Cultural.





Qual seu nome, idade e quebrada?


Me conhecem como Qaslu, tenho 23 anos, moro na Zona Leste de São Paulo, exatamente no Ermelino Matarazzo, mas também cresci no Cangaíba, uma quebrada próxima no qual minha avó foi uma das fundadoras da Comunidade da Caixa D'agua.



Com o que você trampa?


Atualmente eu sou Agente Cultural de uma marca esportiva, também sou DJ, Beatmaker e Produtor Cultural.










Qual a sua principal motivação no corre?



Minhas principais motivações estão ligadas a minha ancestralidade, as pessoas à minha volta, minha família, meus amigos, e a galera que a gente conhece no corre e se parece com a gente. Acho que pego um pouco de motivação de cada ponto desse em que citei para eu não desistir, continuar no corre, continuar atrás de coisas maiores pra minha vida, conseguir impactar minha comunidade através da minha arte.



Maior referência na vida e na arte?

Meu coroa, meu pai. Antes de eu nascer ele já era músico, e conseguiu coisas incríveis, conseguiu conhecer o mundo através da sua arte. Então para quem veio literalmente de baixo e conseguiu esse feito é uma coisa incrível, é uma estatística totalmente quebrada na sociedade brasileira.














Qual o futuro do artista periférico no Brasil?



Mano, com essa base de informação que nós temos acesso hoje, que vai e vem muito rápido, que a gente consegue se conectar com outras culturas, acaba expandindo nossos leques de possibilidades. Mas na sociedade em que a gente vive, na estrutura em que a gente vive, acaba atrasando um pouco o processo artístico, porém com o fluxo de informação eu acredito que a tendência é melhorar. É óbvio que aqueles que estão fazendo arte, consigam abrir caminhos para outros artistas jogarem sua arte pro mundo também, pois se eu estou aqui hoje, outros antes de mim tiveram que abrir portas e correr, pra eu hoje estar andando.



O que você pretende fazer no pós-pandemia quando estiver vacinado?



Quero voltar a fazer shows, a frequentar shows, ambientes com pessoas incríveis, enfim.. Ter o contato com geral, como tudo era antes. Aqui em São Paulo muita coisa acontece, e eu sinto muita falta disso. Quero voltar a viver a cidade, respirar arte, respirar música, porque é isso que também me motiva a continuar no corre.















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