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NOVAS ROTAS SONORO-PERIFÉRICAS "O MUNDO É SEU NEGUIN"

Atualizado: 21 de jul. de 2023

Fruto da vivência paulista periférica, P.L.K se juntou a CESRV para um projeto que reúne referências da Zona Leste de SP com uma pitada da sonoridade underground britânica muito bem abrasileirada – e merece estar na sua playlist.



P.L.K é um artista que vive na Zona Leste da cidade de São Paulo. Atualmente se aventurando no Grime, Drill & Garage BR, ele vem conquistando ouvintes por suas participações em projetos como o BRIME, no qual ao lado de Febem, Fleezus e CESRV fez participações em varias faixas do álbum, e no Brime Set dividindo o mic com nomes como Tasha & Tracie. Outro projeto que trouxe mais reconhecimento para o seu trabalho foi o seu álbum colaborativo, "PICARETAS DE FACHADA" que junto de André Miquelotti e Ruas MC, criaram um álbum totalmente voltado para a sonoridade do UK Garage com uma pegada underground relatando situações das noites e das ruas de SP. Além de já ter trabalhado com artistas como Yung Vegan, Pizzol, Malcolm VL e Destravalt.



P.L.K lança seu primeiro álbum “O Mundo É Seu Neguin"


"O Mundo É Seu Neguin" leva os ouvintes a uma jornada por várias sonoridades antes de chegar ao destino final do UK Drill & Garage, que se mostra muito bem abrasileirado com vários elementos e versos, no qual a juventude da quebrada se identifica. A obra foi produzida por um dos grandes produtores da cena do Grime e Drill BR, CESRV. Nós vemos o talento, a clareza e a versatilidade que esse álbum traz para a arte brasileira.


Além desses detalhes, o álbum emana orgulho da sua cidade natal (São Paulo, SP), das pessoas do seu cotidiano, dos lugares que o artista ocupa e ocupou, mas também letras políticas, de vivências reais, cruas, mixadas a batidas que te levam ao fantástico mundo do P.L.K. Com seu tom de voz marcante, gírias e frases que remetem as suas raízes afro-periféricas, P.L.K é capaz de adaptar seu flow distinto às diferentes batidas de cada faixa.


O rapper paulista nos recebeu na Penha, Zona Leste de São Paulo para um papo sobre sua experiência de vida e o processo criativo por trás do seu mais novo trabalho solo.






De onde você é e onde vive atualmente?

Eu sou natural de São Paulo, nascido no bairro de Santana na zona norte e me mudei pra zona leste aos 3/4 anos de idade.


Há quanto tempo você faz música/arte?

Durante uma atividade escolar no primeiro ano de escola a professora incentivou os alunos a escreverem uma música. Por ser o gênero que mais escutava, decidi fazer um rap. Ali acredito que foi a primeira vez que fiz uma arte e isso foi em 2015/2016.






Falando sobre seu novo lançamento, o álbum “O mundo é seu neguin”. Você teve alguma inspiração principal ou um norte que serviu de base para seu álbum?


No início do eu assisti a um documentário que contava a história por trás do clássico illmatic e isso me despertou uma vontade de criar essa releitura. Do ponto de vista musical estava escutando muito Knucks, Nemzz, Sainté... talvez tenham sido minhas maiores referências.


Como foi a construção desse álbum pra você? Como ele te atingiu e qual sentimento você quer despertar nas pessoas com ele?


Foi quase como uma terapia. Minha vida estava longe de estar bem. Tinha acabado de terminar meu primeiro relacionamento, enquanto o Cesinha estava cuidando da saúde do pai dele. Nossos encontros para construir o álbum eram momentos que a gente esquecia de como a vida estava cheia de problemas. O sentimento que quero despertar pode ser simples, mas é a identificação de que o mundo é muito maior do que aquelas que nos foram dadas.






A sonoridade envolvida no seu álbum, poderíamos dizer que, ela é totalmente futurista e inovadora, onde notamos claramente a sua identidade. Como você chegou até esses ritmos tão diferentes mas que se completam?

Eu graças a Deus tive uma bagagem musical muito grande por conta dos meus pais. Estou acostumado a ouvir todo tipo de música dentro de casa, desde então tenho juntado todas minhas referências em minhas artes de maneira natural. É muito legal quando as pessoas percebem algum detalhe na construção da minha arte que nem eu tinha notado.

E no processo de produção, escrita, como foi para você vivenciar tudo isso ao lado de produtores como CESRV?


O Cesinha sempre foi uma referência e um amigo muito leal. Trabalhar com ele mudou muito minha perspectiva sobre a vida logo isso se aplicou na caneta. Ele não é do tipo que escreve do seu lado, porém é muito crítico, não deixa eu escrever nada que ele não ache que poderia ter feito melhor.




Como um mano originário da quebrada, você acha que a música mudou sua vida? Qual o ponto em que você percebeu isso?


Do ponto de vista do que eu poderia alcançar sem a música eu tenho certeza que ela mudou minha vida. Hoje posso estar em lugares com a minha arte que nunca tive condições de pagar pra entrar. Mas sempre deixo claro para os caras daqui, que isso não me faz melhor que ninguém. Como gosto de dizer, sou só mais um sonhador.


Quais sonhos você carrega para si próprio como artista? E como pessoa?


Meu maior sonho é ganhar alguma premiação com a minha música. Acho que como pessoa tenho o sonho mais simples, como tirar minha veia do trabalho.


Qual sonho você tem pro seus, e para sua área?


Pros meus manos eu desejo prosperidade em qualquer que seja seu ofício. Fico feliz demais quando algum amigo meu vem com notícias de que se formou ou foi promovido na firma, isso é como fazer um show lotado. Eu queria minha área com mais fomentação de arte, lazer e cultura. É tão difícil ver algo diferente de bar, biqueira, campo de várzea e igreja, e acho que isso limita a nossa visão demais.





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